PAISAGENS ENCLAUSURADAS

As imagens resultantes desses contatos híbridos configuram uma outra visualidade e, no trânsito entre os diferentes meios, o acaso, a perda e a permanência são incorporados ao meu processo de criação artístico.
Paisagens Enclausuradas 2015

Essas imagens, num certo sentido, colocam em suspensão o olhar que se aloja no anteparo da imagem e remete à ideia de clausura e limites, uma certa finitude. A inserção de uma fenda produzida por um recorte e a justaposição de uma outra imagem, instauram uma certa claudicação entre o dentro e o fora. Nesse espaço, se interpõe a possibilidade de vislumbrarmos uma abertura, isto é, a possibilidade de atravessamento, porém o que encontramos é um impedimento, uma nova interdição.

As imagens da série Paisagens Enclausuradas são constituídas pelo cruzamento dialético entre o visível e o invisível, entre a perda e a permanência.  Portanto, a produção dessa série de trabalhos poéticos faz referências à espaços de clausuras e reclusões, bem como a certos detalhes que fazem parte de estruturas que evocam a presença do cerceamento da perda e da liberdade de ir e vir. O que permanece, é uma realidade cada vez mais vigiada por meio de monitoramentos invisíveis e imperceptíveis, em seus inúmeros dispositivos presentes nos dias atuais. A visibilidade é também uma armadilha!